domingo, 29 de maio de 2011

TELA PARA ÍCONES

Este ponto não merece tanta atenção, pois o objetivo é simplesmente a fixação de um tecido de algodão à tábua. Porém é necessário prestar atenção ao tipo de cola a ser empregada neste processo (cola forte).

A função da tela fixada na madeira é a de não deixar que o gesso (levkas) seja aplicado diretamente na tábua, pois com o passar do tempo poderá soltar-se ou, mesmo, reagir com os vapores ácidos que provém naturalmente da tábua e alterar a pintura e o fundo. Também evita que a pintura seja empregada sem qualquer preparação prévia do suporte.

A tela pode ser um pedaço de algodão cru, murim, linho, intertela etc., contando que seja um tecido branco de algodão.

Colagem da tela

Deve-se ter preparado previamente o tecido, cortado 2 a 5 cm a mais que o tamanho da tábua e aquecido a cola forte sem deixar fervê-la.

Com uma trincha de cerdas largas deve-se passar uma demão de cola por toda a superfície da tábua, reforçando principalmente os cantos e bordas. Quando a cola iniciar o processo de aderência, cubra toda a tábua com o pedaço de tecido, deixando as sobras em todas as suas extremidades e estique-o bem para não deixar dobras ou bolhas de ar entre o tecido e a tábua.

Aplique outra demão de cola forte aquecida sobre toda a tela, especialmente nas laterais da tábua e deixe secar a sombra durante uma noite.

Quando estiver bem seca, corte as sobras do tecido lixando com uma lixa número 200 ou mais pelos cantos da tábua. Caso este procedimento descole parte do tecido, deverá fazer uma recolagem acrescentando mais cola entre a tábua e o tecido e reforçar com mais cola por cima.



A Deus seja a Glória! Δόξα τω Θεώ!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

PREPARAÇÃO DA COLA DE COELHO

Após a seleção e preparação do suporte para o ícone, a próxima operação é o preparo da cola que será utilizada para colar a tela na tábua (cola forte) e na preparação do gesso (cola fraca).

As melhores colas são vendidas sob o nome de colas de pele de coelho (rabittskin glue) e de couro de bezerro (calfskin glue), porém o ideal é uma cola com consistência de uma gelatina muito espessa. Dessa forma, as colas sintéticas são completamente abominadas.

A cola utilizada será a de pele de coelho ou a de palmeira (em algumas localidades é conhecida sob o nome de cola de coqueiro) e dosificada separadamente para alguns usos específicos:

a) cola forte

Coloque 200 gramas de cola em um pote, lata ou panela esmaltada, com 1 litro de água (em temperatura ambiente) de molho por uma noite. No dia seguinte pode-se observar que a cola absorveu a água (hidratação) e se expandiu para cerca de três vezes seu volume seco.

O pote, contendo a cola hidratada, é, então, aquecido em banho-maria até dissolver completamente sem jamais deixar que ferva, pois sua tensão seria imediatamente alterada de modo irregular. Recomenda-se mexer cuidadosamente para não grudar na panela e evitar fervuras.

A aplicação da cola deverá ser quente e este preparo servirá para colar as molduras e a tela na tábua.

Observação: Caso haja impurezas na cola, pode-se filtrá-la com um filtro de nylon ou seda, quando estiver sido dissolvida e ainda quente.
b) cola fraca

Deverá seguir os mesmos passos e cuidados citados anteriormente na preparação da cola forte, porém a proporção será de 80 gramas de cola para 1 litro de água.

A cola fraca será utilizada na preparação do gesso (levkas), ou seja, o fundo do ícone.

Observação: Tanto a cola forte quanto a fraca, por ser um composto natural (de origem vegetal ou animal), após um determinado período de tempo inicia-se um processo de decomposição. A conservação (caso seja necessário) dar-se-á colocando o excedente em um recipiente plástico com tampa e guardando num refrigerador por, no máximo, 2 semanas.


A Deus seja a Glória! Δόξα τω Θεώ!