A cor é o resultado da decomposição da Luz, segundo a óptica; e, segundo a espiritualidade, a iconografia utiliza da Luz da Tabórica para irradiar a cena representada, desempenhando assim um papel importantíssimo na iconografia. Para entender o mistério das cores na iconografia é preciso ter em mente a Luz Deífica.
A imagem representada está em um espaço envolvido em Luz Divina, Transcendental, por isso, na maioria dos ícones, o dourado compõe esse fundo e tem aí sua simbologia. Mas não são todos, pois a Escola de Novgorod (antigo estado Russo da Idade Média) utilizava em seus ícones um fundo vermelho. Outras escolas utilizam, ainda hoje, o fundo azul para afrescos e ícones portáteis. E, mais tardiamente, aplicou-se sobre o fundo uma placa de metal (geralmente de prata e com relevos), chamada “rija”, utilizada para proteger a pintura das fuligens das lamparinas e velas. O maior estranhamento daria se utilizassem um fundo com paisagem natural.
O vermelho geralmente é utilizado para se referir ao sangue e ao fogo respectivamente, símbolos do martírio/sacrifício e a manifestação do Espírito Santo. Vermelho é a carruagem de Elias e o manto de Cristo quando representado como “Filho do Homem” (o anqrwpoV) e dos mártires. Vermelho são os raios que descem flamejantes do céu, no ícone de Pentecostes.
Fonte bibliográfica:
SENDLER, Egon. L'ICONA: immagine dell'invisibile - Elementi di teologia, estética e tecnica. Milano: San Paolo, 1985.
A Deus seja a Glória! Δόξα τω Θεώ!
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