sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

ESCRITA LATINA PARA ÍCONES



Depois que eu postei, na página Galeria, a foto do último ícone escrito (veja aqui), percebi que havia feito a inscrição errada. Isso faz com que todo o ícone esteja errado, ao menos, que possa ser arrumado.

Numa postagem anterior, eu já havia me dedicado a falar sobre as inscrições no ícone e incluí o alfabeto grego e algumas nomenclaturas gregas para diversos ícones, mas para quem não conhece bem o alfabeto grego ou, até mesmo, para quem preferir a inscrita portuguesa, sugiro escrever as letras baseadas na inscrição cirílica, apesar de serem grafias latinas.

Então, abaixo está um modelo de inscrição que pode ser utilizada na iconografia moderna.


Alfabeto latino com fontes inspiradas na escrita cirílica.

Para ver o tamanho real, clique na imagem...


A Deus seja a Glória! Δόξα τω Θεώ!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

BÊNÇÃO DO ÍCONE DA THEOTOKOS



O ícone a ser bento é colocado sobre uma mezinha diante do ambão e o sacerdote, depois de ter incensado o ícone, inicia com uma invocação a Deus; o leitor diz as orações iniciais habituais e o Salmo 44 com três Aleluias finais.

Sacerdote: Senhor Deus Onipotente, Deus de nossos pais, pedistes no Antigo Testamento, que fossem feitas para a tenda da reunião imagens de Querubins e enfeites em madeira e ouro; não rejeiteis, hoje, as imagens que pintamos a veneração e a edificação dos vossos fieis servidores, a fim de que contemplando-as, vos glorifiquemos e sejamos dignos de receber a vossa graça e o vosso Reino. Nós vos pedimos, volvei agora o vosso olhar sobre este ícone (ou ícones) desenhado e pintado em honra e memória Bendita virgem Maria, mãe de vosso dileto Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, abençoai-o com a vossa bênção celeste e santificai-o assim como aqueles que o venerarão e rezarão diante dele. Livrai-os de todas as aflições e necessidades e de todo o mal da alma e do corpo, tornai-o digno da vossa graça e misericórdia por intercessão da nossa pura e soberana Mãe de Deus e sempre virgem Maria. (Com voz forte diz) Pela misericórdia daquele que dela nasceu, nosso Deus e Salvador Jesus Cristo, a quem pertence toda a glória, honra e adoração, junto a vós, Pai Santo, e ao vosso Santíssimo Bom e vivificante Espírito, agora e sempre e nos séculos dos séculos.

Assembleia: Amém.

Sacerdote.: Paz a todos!

Ass.: Amém.

Diácono: Inclinai vossas cabeças diante do Senhor.

Ass.: Diante de vós, Senhor.

O Sacerdote em voz baixa reza: Senhor Deus Pai Onipotente, que vos dignastes escolher entro todo o gênero humano uma pomba pura e imaculada ovelha, a sempre Virgem Maria, para ser a Mãe de vosso Filho Unigênito, e a santificastes com a descida do Espírito Santo como sua morada; vós a fizestes mais venerável que os Querubins e os Serafins e a mais gloriosa de todas as criaturas, orante e intercessora de todo o gênero humano; abençoais e santificai com a vossa graça, pela aspersão dessa água benta, este ícone pintado em sua honra e memória, e para a glória daquele que dela nasceu, o vosso Filho Único e Consubstancial, e de vós, Pai sem princípio, e de vosso Santíssimo, Bom e Vivificante Espírito. E fazei para todos aqueles que rezarem com fé diante deste ícone uma fonte de cura das doenças da alma e do corpo; libertação e proteção de todas as calamidades dos inimigos e fazei com que as suas orações vos agradem. Concluindo em voz alta: Pela misericórdia de vosso Filho Único, que dela nasceu pela carne. Nosso Senhor Jesus Cristo, com o qual vós sois bendito, junto ao vosso Santo, Bom e Vivificante Espírito, agora e sempre, pelos séculos dos séculos.

Ass.: Amém.

O Sacerdote asperge com água benta o ícone dizendo:
Este ícone está abençoado pela graça do Santíssimo Espírito e pela aspersão desta água benta, em nome do Pai, do Filho + e do Espírito Santo. Amém. (repete três vezes)

Depois, cantam-se orações marianas conhecidas dos fieis bizantinos:
Sob a tua proteção nos refugiamos, ó Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em meio às tribulações, mas livrai-nos do mal, ó única pura e bendita.
Salve, virgem Mãe de Deus, Maria cheia de graça, o Senhor está convosco; bendita sois entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, pois gerastes o Salvador de nossas almas.
É verdadeiramente justo chamar-vos de bendita, ó Deípara, sois Beatíssima, toda pura e Mãe de nosso Deus. Ó vós, mais honrada que os querubins e incomparavelmente mais gloriosa que os serafins, que sem sombra de corrupção destes à luz o Verbo de Deus, nós vos exaltamos como verdadeira Mãe de Deus.

A Deus seja a Glória! Δόξα τω Θεώ!

sábado, 29 de outubro de 2011

Iluminação por cores de contrastes


São Simeão
Nas iluminações das vestes dos personagens, representados numa inscrição iconográfica, é comum o uso da escala de clareamento com adição da cor branca. Porém essa não é uma regra geral. Mesmo que a cor branca tenha o seu significado teológico de Luz, da iluminação por excelência, daquela provinda de Jesus Cristo: Luz do Mundo, nem sempre é utilizada puramente com adição ao "proplasmós".
Os ícones mais antigos eram escritos somente com cinco cores, mais tarde é que foram acrescidas cores que facilitaram o jogo de claros-escuros na composição. Com os estudos mais aprimorados das cores, chegamos à utilização das cores de contrastes na iluminação das vestes. 

A iluminação por cores de contrastes é caracterizada principalmente pela sobreposição de cores frias sobre cores quentes. A utilização dessa iluminação é encontrada principalmente nos ícones modernos e a tendência é aproximar a cor fria da cor branca. Nesse processo pode-se usar três ou mais cores.
A iluminação por contraste mais usual é quando passa do vermelho ou púrpura para as finas linhas de branco absoluto, se integrando ao cinza e, depois, ao azul.


Mas outras formas também podem ser usadas, dependendo do efeito furta-cor desejada.

No manto de São Simeão utilizam mais de três cores: ocre, verde, azul e outras tonalidades do azul até chegar ao branco absoluto.


 A Deus seja a Glória! Δόξα τω Θεώ!

domingo, 23 de outubro de 2011

O TENTO PARA PINTURA


O tento é uma varinha, dotada de uma esfera ou boneca de pano na extremidade, que o pintor encosta à tela e que serve para apoiar a mão que segura o pincel. Este instrumento é bastante utilizado em pintura de cavalete ou mural, principalmente quando se usam tintas que demoram na secagem.
É fácil a confecção de um tento e também é muito útil na pintura. Então vamos fazer um?!
Os materiais necessários são:
- cabo de vassoura ou uma outra varinha;
- flanela de algodão;
- espuma de colchão;
- fita crepe ou barbante.


O preparo é bem simples. Num primeiro momento devemos cortar a espuma de colchão e cortá-lo em formato de uma bola e furá-la ao centro. Numa das extremidades do cabo de vassoura introduza a bola de espuma pelo buraquinho.
Envolva com a flanela dobrada ao meio, fazendo uma espécie de trouxinha ou boneca. Para fixar essa boneca no cabo de vassoura, use o barbante ou a fita crepe.



Está pronto o seu tento para o uso. Aproveite ao máximo e dê mais firmeza as suas pinturas.

A Deus seja a Glória! Δόξα τω Θεώ!

domingo, 18 de setembro de 2011

OS ÍCONES E A DEVOÇÃO PARTICULAR

O lugar de presença do ícone está diretamente relacionado com a liturgia e o culto. É na iconostase que os ícones se mostram como objetos que unem o mundo criado com o divino; como as janelas através do qual há esse encontro. Muito mais que a arte religiosa estilizada, os ícones são sacramentais, ou seja, torna presente a realidade do divino. Essa presença deve estar, antes de tudo, dentro da alma humana e, por isso, permanecer onde o fiel estiver por isso ele leva o ícone consigo e o reconhece como tal. A imagem do ícone no local de trabalho, na casa, na escola, no corpo ou em qualquer lugar é um indicativo da presença de Deus.

Assim, os ícones devem permanecer nos lugares de destaques na casa do fiel e ter sempre uma lâmpada acesa, indicativo da presença daquele que está representado. Quem entra, antes de saudar o dono da casa, inclina-se ou faz um sinal em homenagem ao ícone colocado em lugar alto para elevar o olhar ao Altíssimo.

Quando encomendar um ícone?

A escolha do ícone geralmente é feita a partir de um acontecimento especial na vida particular ou familiar. O nascimento de uma criança, por exemplo, pode-se encomendar um ícone do seu padroeiro (santo ou festa litúrgica do mesmo dia do nascimento) ou do onomástico (santo que leva o nome da criança) e o colocar sobre o berço.

Outro caso bastante comum para se encomendar um ícone é o fato de, na cerimônia do casamento a noiva é precedida por uma criança que carrega um ícone; este ícone será colocado em um lugar de honra no novo lar.

Os ícones familiares são aqueles que foram encomendados para representar os santos dos quais os membros da família levam os nomes. Estes santos são pintados, às vezes, nas bordas de um ícone, que tem como centro eventualmente a imagem da Mãe de Deus.



A Deus seja a Glória! Δόξα τω Θεώ!

terça-feira, 28 de junho de 2011

LIVRO SOBRE ÍCONES: Bíblia de Tbilise

A vida de Jesus em ícones da Bíblia de Tbilise

Com grande sensibilidade artística e bíblica, Gabriele Bragantini nos apresenta, na introdução à obra e nas notas iconográficas, de maneira poética e profunda, a iconografia da Bíblia de Tbilise (somente àquelas imagens referentes a vida de Jesus).

Utilizando da escrita, Bragantini nos revela imagens, até então ocultas, que parecem sobressaltar aos nossos olhos. Fazendo, de maneira muito harmoniosa, um dueto entre a Palavra e a Imagem (o ícone) e chega a um ápice e nos questiona: "O que seria do Evangelho sem a face de Jesus?". A resposta para essa pergunta é a fundamentação da iconografia cristã: a Encarnação do Verbo.

Com relação ao objeto digno de exposição neste livro, ou seja a própria Bíblia da capital da Geórgia (Tblise), quem nos dá uma boa explicação é o Administrador apostólico do Cáucaso para os Latinos, Giuseppe Pasotto, quando escreve no prefácio: "Na Igreja Catedral de Santa Maria Assunta em Tblise (Geórgia), "a Palavra da Vida" está exposta solenemente no ambão e também em 130 ícones do Antigo e do Novo Testamento, dignamente colocados nas paredes laterais"

A Editora Loyola nos presenteia com trinta reproduções a cores de página inteira desses ícones, que contam a história da vida de Jesus desde o anúncio de seu nascimento até o momento de sua ascensão ao céu, juntamente com os textos bíblicos relevantes e um comentário. Extratos colhidos cuidadosamente a partir dos Pais da Igreja, lançam mais luz sobre cada um dos eventos retratados nos ícones apresentados.
Editora: Loyola
Ano: 2008
Número de páginas: 148
Formato: Brochura - 17 x 24 cm
ISBN: 85-15-03541-0

Este livro de capa dura é ideal para meditação e reflexão, e fará um excelente complemento na biblioteca dos iconógrafos e interessados no assunto.



A Deus seja a Glória! Δόξα τω Θεώ!

sábado, 18 de junho de 2011

O LEVKAS

A palavra levkas provém do grego (λευκος), significa “branco”. Este é o nome que é dado ao fundo do ícone, que consiste na mistura da cola fraca aquecida com gesso e óleo de linhaça, segundo uma dosificação precisa e muita experiência em sua aplicação.

PREPARAÇÃO

Aqueça a cola fraca em banho-maria e acrescente, para a medida preparada de cola, 1 quilo de gesso, polvilhando sem deixar criar “pelotas” ou bolhas de ar, devendo mexer suavemente para misturar os ingredientes. É recomendável adicionar 5 ou 6 gotas de óleo de linhaça à mistura, para garantir uma certa flexibilidade do levkas, sem retirar do fogo e sem parar de mexê-lo.

Este processo deve ser cuidadosamente observando e requer uma grande atenção, pois é no levkas que será impresso o desenho e empregado a pintura. Caso algum defeito aconteça neste momento, não será possível consertá-lo.

A mistura de cola, gesso e óleo não pode ser fervida e é melhor prepará-la em um recipiente fundo para retardar a evaporação demasiada. É normal que se forme, na superfície, uma camada mais grossa e não deverá ser usada. Neste caso deve-se misturar bem com o resto cada vez que for aquecida a mistura.

O gesso possui, em sua composição natural, propriedades de cimentação e endurecimento completamente indesejáveis para o uso na confecção do fundo do ícone. Então, deve-se observar que o gesso a ser utilizado não deve conter estas propriedades. O gesso-cré é o mais recomendável. Caso não seja encontrado, pode ser facilmente substituído pelo pó de alabastro, pó de mármore ou, ainda, carbonato de cálcio hidratado. Estes materiais são facilmente encontrados em lojas de materiais artísticos e de restauro.

APLICAÇÃO

Depois que a tábua receber a fixação da tela e esta estiver bem seca, passa-se para a aplicação da mistura aquecida do levkas. O aquecimento contínuo por muitas horas irá naturalmente causar alguma evaporação e, um pouco de água deve ser adicionada de vez em quando, de acordo com a experiência e critério do usuário. Para aplicá-lo bem, o levkas deve ter a consistência de um creme fino e macio.


A primeira camada deve ser aplicada no suporte, bem quente, com uma trincha de cerda dura e, em seguida, passar os dedos levemente por toda ela, com movimentos circulares, examinando-o de perto para detectar bolhas de ar.

A segunda camada é aplicada em pinceladas uniformes, paralelas a (iniciadas ao longo de) uma das bordas do painel. O levkas pode ser inicialmente aplicado e distribuído por igual com poucas pinceladas para frente e para trás, mas todas as pinceladas de nivelamento e alisamento devem ser feitas numa só direção. Assim que o gesso parar de fluir e começar a secar, ou o pincel começar a pegar, pare e aplique gesso fresco na próxima área.

A terceira camada deve ser aplicada com pinceladas perpendiculares em relação aos da segunda camada, paralelas às outras bordas do painel. A quarta camada, perpendicularmente em relação à terceira, e assim por diante.

Não há uma regra geral para o número exato de camadas a serem aplicadas, mas deve-se acumular uma espessura suficiente para poder lixar, eliminando todas as marcas deixadas pelas cerdas do pincel. Em geral são necessárias de 4 a 5 camadas, porém há registros de iconógrafos que indicam até 9 camadas, mas pode-se obter bons resultados com apenas 3 camadas, depende da experiência do artista.

Observação: Como o levkas é preparado a partir da cola fraca, este poderá ser mantido conservado em refrigerador de acordo como indicado quando tratamos da conservação da cola.

ACABAMENTO

Após a última camada de levkas estar completamente seca, o painel finalmente chega a um acabamento perfeitamente liso, semelhante ao marfim, usando vários tipos de lixa. A lixa do tipo “lixa d’água”, parece ser a de melhor abrasivo para este fim.

Um pequeno bloco de madeira pode ser utilizado para segurar a lixa numa superfície plana; a pequena irregularidade de superfície assim obtida tem sido tradicionalmente preferida.

POSSÍVEIS DEFEITOS

Os defeitos mais característicos na aplicação do levkas sobre a tábua com a tela são os aparecimentos de furinhos e rachaduras. Os furinhos aparecem logo na segunda camada do gesso e, se não forem tampados com a fricção dos dedos umedecidos em levkas aquecida, poderá persistir nas camadas subsequentes.

Uma das razões para o desenvolvimento de tais furinhos num painel de gesso é a maneira como a primeira camada foi aplicada; muitas vezes o gesso não umedeceu completamente o suporte por causa da poeira, variações em temperatura ou tensão superficial da mistura do gesso.

As rachaduras serão percebidas após a aplicação de todas as camadas do levkas e quando estiverem completamente secas. Os aparecimentos de rachaduras são, às vezes, atribuídas ao uso demasiada de uma cola concentrada que penetram no gesso e depois de secas contraíram-se com tal força a ponto de partir o gesso e fazê-lo separar do suporte. Por isso deve-se observar o equilíbrio da cola fraca e acrescentar água na medida em que for sendo aquecida por muito tempo.



A Deus seja a Glória! Δόξα τω Θεώ!

domingo, 29 de maio de 2011

TELA PARA ÍCONES

Este ponto não merece tanta atenção, pois o objetivo é simplesmente a fixação de um tecido de algodão à tábua. Porém é necessário prestar atenção ao tipo de cola a ser empregada neste processo (cola forte).

A função da tela fixada na madeira é a de não deixar que o gesso (levkas) seja aplicado diretamente na tábua, pois com o passar do tempo poderá soltar-se ou, mesmo, reagir com os vapores ácidos que provém naturalmente da tábua e alterar a pintura e o fundo. Também evita que a pintura seja empregada sem qualquer preparação prévia do suporte.

A tela pode ser um pedaço de algodão cru, murim, linho, intertela etc., contando que seja um tecido branco de algodão.

Colagem da tela

Deve-se ter preparado previamente o tecido, cortado 2 a 5 cm a mais que o tamanho da tábua e aquecido a cola forte sem deixar fervê-la.

Com uma trincha de cerdas largas deve-se passar uma demão de cola por toda a superfície da tábua, reforçando principalmente os cantos e bordas. Quando a cola iniciar o processo de aderência, cubra toda a tábua com o pedaço de tecido, deixando as sobras em todas as suas extremidades e estique-o bem para não deixar dobras ou bolhas de ar entre o tecido e a tábua.

Aplique outra demão de cola forte aquecida sobre toda a tela, especialmente nas laterais da tábua e deixe secar a sombra durante uma noite.

Quando estiver bem seca, corte as sobras do tecido lixando com uma lixa número 200 ou mais pelos cantos da tábua. Caso este procedimento descole parte do tecido, deverá fazer uma recolagem acrescentando mais cola entre a tábua e o tecido e reforçar com mais cola por cima.



A Deus seja a Glória! Δόξα τω Θεώ!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

PREPARAÇÃO DA COLA DE COELHO

Após a seleção e preparação do suporte para o ícone, a próxima operação é o preparo da cola que será utilizada para colar a tela na tábua (cola forte) e na preparação do gesso (cola fraca).

As melhores colas são vendidas sob o nome de colas de pele de coelho (rabittskin glue) e de couro de bezerro (calfskin glue), porém o ideal é uma cola com consistência de uma gelatina muito espessa. Dessa forma, as colas sintéticas são completamente abominadas.

A cola utilizada será a de pele de coelho ou a de palmeira (em algumas localidades é conhecida sob o nome de cola de coqueiro) e dosificada separadamente para alguns usos específicos:

a) cola forte

Coloque 200 gramas de cola em um pote, lata ou panela esmaltada, com 1 litro de água (em temperatura ambiente) de molho por uma noite. No dia seguinte pode-se observar que a cola absorveu a água (hidratação) e se expandiu para cerca de três vezes seu volume seco.

O pote, contendo a cola hidratada, é, então, aquecido em banho-maria até dissolver completamente sem jamais deixar que ferva, pois sua tensão seria imediatamente alterada de modo irregular. Recomenda-se mexer cuidadosamente para não grudar na panela e evitar fervuras.

A aplicação da cola deverá ser quente e este preparo servirá para colar as molduras e a tela na tábua.

Observação: Caso haja impurezas na cola, pode-se filtrá-la com um filtro de nylon ou seda, quando estiver sido dissolvida e ainda quente.
b) cola fraca

Deverá seguir os mesmos passos e cuidados citados anteriormente na preparação da cola forte, porém a proporção será de 80 gramas de cola para 1 litro de água.

A cola fraca será utilizada na preparação do gesso (levkas), ou seja, o fundo do ícone.

Observação: Tanto a cola forte quanto a fraca, por ser um composto natural (de origem vegetal ou animal), após um determinado período de tempo inicia-se um processo de decomposição. A conservação (caso seja necessário) dar-se-á colocando o excedente em um recipiente plástico com tampa e guardando num refrigerador por, no máximo, 2 semanas.


A Deus seja a Glória! Δόξα τω Θεώ!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Maria ao Pé da Cruz

Jorge de Nicomedia - (séc. IX)


Beijo a tua paixão,
com a qual fui libertado das minhas más paixões.

Beijo a tua Cruz,
com a qual condenaste o meu pecado
e me libertaste da condenação à morte.

Beijo aqueles cravos,
com que removeste o castigo da maldição.

Beijo as feridas dos teus membros,
com que foram curadas as feridas da minha rebelião.

Beijo a cana com que assinaste o atestado da minha libertação
e com que feriste a cabeça arrogante do dragão.
Beijo a esponja encostada aos teus lábios incontaminados,
com que a amargura da transgressão
me foi transformada em doçura.

Tivesse podido eu degustar aquele fel,
que dulcíssimo alimento não teria sido!

Tivesse podido eu tomar o vinagre,
que bebida agradável!

Aquela coroa de espinhos
teria sido para mim um diadema régio.

Aquelas cusparadas
me teriam ornado como esplêndidas pérolas.

Aquelas zombarias
me teriam ornado como sinal de profundo obséquio.

Aquelas bofetadas
me teriam glorificado como o prestígio mais alto.

Eu te beijo, Senhor,
e a tua paixão é o meu orgulho.

Beijo a lança que dilacerou o documento da minha dívida
e abriu a fonte da imortalidade.

Beijo o teu lado do qual jorraram os rios da vida
e brotou para mim o rio perene da imortalidade.

Beijo a tua mortalha com que me adornaste
tirando-me minhas vestes vergonhosas.

Beijo o preciosíssimo sudário de que te revestiste
para envolver-me na veste dos teus filhos adotivos.

Beijo o túmulo
no qual inauguraste o mistério da minha ressurreição
e me precedeste pela estrada que sai do Hades.

Beijo aquela pedra
com a qual me tiraste o peso do medo da morte.


Fonte bibliográfica:
GHARIB, Georges. Os Ícones de Cristo: História e Culto. São Paulo: Paulus, 1997;
Site da Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul - Ecclesia: http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/espiritualidade/as_mais_belas_oracoes_bizantinas.html#4
, acessado em 18/04/2011.


A Deus seja a Glória! Δόξα τω Θεώ!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Resultado do 2º Sorteio


"Sois Bem-Aventurada, Virgem Maria,
que levaste em vosso seio o Senhor, Criador do Mundo;
Destes à luz a quem vos formou,
e sois Virgem perpétua.

Ó santa e imaculada virgindade,
não sei com que louvores vos possa exaltar;
pois quem os céus não podem conter,
vós o levastes em vosso seio."


Hoje a Igreja Católica, em sua santa liturgia, celebra a solenidade da festa da Anunciação do Anjo à Santíssima e Bem-Aventurada Virgem Maria. Escolhemos esta data para anunciar o resultado do nosso 2º Sorteio.

Totalizamos 30 participantes de diversas partes do Brasil e 2 do exterior.

Este é o momento!
Chegou a hora!!!

Novamente nos apoiamos ao programa "Sorteio Virtual Mais" para nos auxiliar nessa difícil tarefa de sortear o ganhador ou a ganhadora.

O número sorteado foi...


O número sorteado foi o 08 e corresponde ao comentário do...

PARABÉNS, CARLOS ADRIANOOOOOOOO!!!

Esperamos que, com esse pequeno kit, você possa escrever um belíssimo ícone da Sagrada Face de Cristo e que a sua própria face seja o reflexo do Modelo a ser executado com orações e súplicas.

Continuem acompanhando este blog!!!

Um grande abraço a todos e que Jesus esteja em vossas almas.

A Deus seja a Glória! Δόξα τω Θεώ!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

LIVRO SOBRE ÍCONES: Adélio Duarte

ÍCONES: “E o verbo se fez rosto e armou sua tenda entre nós...”


Nascido nas Minas Gerais, Adélio Damasceno Duarte dedicou parte de sua vida como Salesiano e como professor em algumas escolas. Atualmente, pai de família, dedica-se aos serviços pastorais em sua paróquia e na Arquidiocese de Belo Horizonte. Acumulou, ao longo de 10 anos, uma rica referência bibliográfica sobre iconografia, editada em português e em outras línguas. Desse banco de referências e com a sua experiência de magistério organizou e compôs este livro de uma forma bastante didática.


Conforme a apresentação e prefácio escrito pelo Arcebispo Metropolitado de Belo Horizonte, Dom Serafim,


“o ícone é o lugar teológico e litúrgico, isto é, faz parte integrante da liturgia, é confissão de fé na Trindade e na Encarnação do Verbo, é caminho eficaz para a descoberta do rosto de Deus no rosto do irmão e para aquele processo, nunca acabado, de divinização (θεώσις) do homem, chamado a refazer em si a imagem e semelhança de Deus, desfiguradas pelo pecado.”


Para tanto, Duarte nos mostra, através da teoria e da espiritualidade, esse processo que faz contemplarmos os santos ícones e recompormos em nós, na primitiva beleza, a imagem do Criador.


Recolhendo informações das demais referências consultadas, Duarte organiza e comenta de forma ampla, colocando a visão da igreja católica de Roma, sempre iluminado pelo Catecismo da Igreja Católica.



Editora: FUMARC

Ano: 2003

Número de páginas: 286

Formato: Médio 15,5 x 22 cm


Uma boa referência de pesquisa sobre iconografia.




A Deus seja a Glória! Δόξα τω Θεώ!

domingo, 23 de janeiro de 2011

2o. Sorteio do Atelier Santa Cruz

Quer aprender a escrever ícones?

Já sabe?

Vamos te ajudar ainda mais!


O prêmio será um pequeno kit do material básico para se escrever o ícone da Sagrada Face (Mandylion) – pigmentos, pincéis, tábua preparada, esquema iconográfico e modelo. Tudo inteiramente de graça!!!

Regras / Como Participar:

A ou O participante que quiser concorrer basta:

1. Ser SEGUIDOR do blog (para quem ainda não é seguidor, basta clicar na caixinha "seguir" e escolher uma das contas (google/yahoo/twitter) e optar por seguir publicamente);

2. No CONTATO, através do formulário, deve escrever a frase: "Quero o meu kit de iconografia!".

* Para validar a sua participação neste sorteio deve cumprir esses dois pontos.

* Esse sorteio é válido para os residentes no Brasil e no exterior, sendo que os moradores do exterior concordem em arcar com o frete.

Aumentando sua chance de ganhar

Cada seguidor terá direito a concorrer uma única vez.

Aqueles que, além de seguir, DIVULGAR o sorteio poderão concorrer com mais uma frase. É só enviar o link da divulgação e a frase: "Estou divulgando", através do mesmo formulário.

O sorteio será realizado no dia 25 de março de 2011 (festa da Anunciação da Ss. Mãe de Deus, a sempre virgem Maria) e o vencedor será anunciado no mesmo dia.

Será escolhido aleatoriamente um número de 1 a x (sendo x o número total de participantes) e será premiada a pessoa com a frase de número correspondentes ao sorteado.



A Deus seja a Glória! Δόξα τω Θεώ!